Apoiada na ideia de vivenciar experiências no lugar de possui-las, a economia colaborativa é tendência duradoura entre os milhares de adeptos ao redor do globo. Contemporâneos a mecanismos como Uber e Airbnb, estão surgindo segmentos de mercado inovadores a fim de atender às necessidades das mudanças comportamentais recentes, sendo estas cada vez mais ligadas e procurando por meios mais práticos e eficazes de realizar tarefas diárias.
Plataformas de economia colaborativa tendem a crescer significativamente em território brasileiro nos próximos anos, de acordo com levantamento feito há pouco pela instituição de negócios IE Business School em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Ministério da Economia e Competitividade Espanhol. Em meio à pesquisa “Economia Colaborativa na América Latina”, o Brasil é registrado no topo das iniciativas de economia compartilhada, sendo que 32% das ações hoje são voltadas a este modelo de prestação de serviços.
Ao avaliar quais esferas são as mais favoráveis para o mercado dentro de tal proposta, foram destacadas a amplitude de organizações com foco em serviços (26%), transporte (24%) e aluguel de espaços físicos (19%), sejam eles imóveis residenciais ou pontos comerciais. No que diz respeito às principais vantagens deste modelo de negócio, 69% indicam uma possibilidade de desenvolvimento para novos segmentos de mercado, 53% garantem formas de intensificar a qualidade de vida e 50% a expectativa de resgatar economias regionais.
Tal experiência de compartilhamento atingiu em cheio o segmento imobiliário. Novas formas de convivência em estruturas condominiais estão sendo instaladas por diversas construtoras, inovando totalmente o setor. Espaços gourmet e lavanderias compartilhadas são exemplos de algumas das áreas comuns que têm sido abundantemente implementadas, de acordo com uma geração que procura por imóveis menores, como meio de aproveitamento sustentável.
Dividir pode ser também sinônimo de conectar, de estreitar relações. O conceito de compartilhamento das áreas comuns em empreendimentos habitacionais promete aproximar as pessoas, principalmente vizinhos. Existem condomínios em que tais espaços são desenvolvidos em diferentes blocos e/ou andares, proporcionando maior interação entre os moradores. Sem contar nos espaços coworking, amplamente valorizados nos mais recentes projetos arquitetônicos.
Existem ainda apartamentos pequenos em relação a construções mais antigas já mobiliadas, desenvolvidos justamente para serem locados por espaço de tempo curto. Esta é uma possibilidade para condôminos que pretendem hospedar visitas, dispensando a necessidade de preocupação com a forma em que vão acomodá-la. Apartamentos podem ser alugados, inclusive, por apenas um fim de semana.
Esse nova forma de residir traz não só benefícios para moradores, como para a gestão técnica dos condomínios. Compartilhar as áreas comuns e disponibilizar serviços específicos gera otimização dos recursos e renda em caixa. Porém, a fim de que todo o processo seja favorável, é necessário estruturar regras que definam de que modo cada condômino pode se favorecer a partir desta ideia.
Os meios tecnológicos também são grandes colaboradores quanto à organização deste mecanismo. A utilização de plataformas digitais é uma opção viável para classificar locações, valores e período de uso de todas as áreas comuns em funcionamento.
O aspecto mais relevante é compreender o momento de plena mudança em que estamos inseridos. Faz-se necessário pensar em respostas inovadoras para questionamentos antigas. Qualidade de vida, economia e boa comunicação com vizinho e servidores são premissas básicas que jamais cessarão. Envolver-se na ideia de economia colaborativa é ter a sensação de vivenciar estes aspectos diariamente, de modo fácil e atualizado.